domingo, 25 de outubro de 2009

ANTES DO NOME - Adélia Prado


Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o "do", o "aliás", o "o", o "porém" e o "que", esta incompreensível
muleta que me apoia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo filho é o Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infrequentíssimos, se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror.

3 comentários:

  1. Mais uma vez, venho te visitar. E encontro Adélia. Realmente temos - você e eu - muito em comum.
    Estou ainda "engatinhando" nesta história de blog, mas sou persistente (rsrsrs) e o Ouriço Elegante já está um pouco mais arrumadinho. Qd puder, me honre com a sua visita.
    Bjs.

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  2. Sueli, mt obrigada pelas visitas e coments. Peço q reveja a configuração do seu blog. Não consigo postar nenhum coment.
    Abrç!

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  3. Porque o eu lírico dispensa a palavra ao compor seu versos ? PRECISO DESSA RESPOSTA JÁ , TRABALHO DE ESCOLA rs.
    Obrigada

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