domingo, 25 de outubro de 2009

Comumente é assim - Wladimir Maiakóvski

Cada um ao nascer
traz sua dose de amor,
mas os empregos,
o dinheiro,
tudo isso,
nos resseca o solo do coração.
Sobre o coração levamos o corpo,
sobre o corpo a camisa,
mas isto é pouco.
Alguém
imbecilmente
inventou os punhos
e sobre os peitos
fez correr o amido de engomar.
Quando velhos se arrependem,
a mulher se pinta, 
o homem faz ginástica
pelo sistema Müller.
Mas é tarde
o amor floresce,
floresce, 
e depois desfolha.

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