SOBRE A ESTERILIDADEA árvore que não dá frutos
É xingada de estéril. Quem
Examina o sol?
O galho que quebra
É xingado de podre, mas
Não havia neve sobre ele?PARA LER DE MANHÃ E À NOITEAquele que amo
Disse-me
Que precisa de mim.
Por isso
Cuido de mim
Olho meu caminho
E receio ser morta
Por uma só gota de chuva.A MÁSCARA DO MALEm minha parede há uma escultura de madeira japonesa
Máscara de um demônio mau, coberta de esmalte dourado.
Compreensivo observo
As veias dilatadas da fronte, indicando
Como é cansativo ser mau.O NASCIDO DEPOISEu confesso: eu
Não tenho esperança.
Os cegos falam de uma saída. Eu
Vejo.
Após os erros terem sido usados
Como última companhia, à nossa frente
Senta-se o Nada.E EU SEMPRE PENSEIE eu sempre pensei: as mais simples palavras
Devem bastar. Quando eu disser como é
O coração de cada um ficará dilacerado.
Que sucumbirás se não te defenderes
Isso logo verás.A FUMAÇAA pequena casa entre árvores no lago.
Do telhado sobe fumaça
Sem ela
Quão tristes seriam
Casa, árvores e lago.QUANDO NO QUARTO BRANCO DO HOSPITALQuando no quarto branco do hospitalAcordei certa manhãE ouvi o melro, compreendiBem. Há algum tempoJá não tinha medo da morte. Pois nadaMe poderá faltarSe eu mesmo faltar. EntãoConsegui me alegrar comTodos os cantos dos melros depois de mim.
Mania de ler linhas e entrelinhas. Mural de textos em PROSA & VERSO, especialmente dedicado aos amantes da leitura.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Alguns breves poemas de Bertolt Brecht
Pintura de Don Coker
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