A vós correndo vou, braços sagrados,Nessa cruz sacrossanta descobertos,Que, para receber-me, estais abertos,E, por não castigar-me, estais caravados.
A vós, divinos olhos, eclipsadosDe tanto sangue e lágrimas abertos,Pois, para perdoar-me, estais despertos,E, por não condenar-me, estais fechados.
A vós, pregados pés, por não deixar-me,A vós, sangue vertido, para ungir-me,A vós, cabeça baixa, para chamar-me.
A vós, lado patente, quero unir-me,A vós, cravos preciosos, quero atar-me,Para ficar unido, atado e firme.
* Imagem: O Cristo de Salvador Dali.
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