No céu também há uma hora melancólica.
Hora difícil, em que a dúvida penetra as almas.
Por que fiz o mundo? Deus se pergunta
E se responde: Não sei.
Os anjos olham-no com reprovação,
E plumas caem.
Todas as hipóteses: a graça, a eternidade, o amor
Caem, são plumas.
Outra pluma, o céu se desfaz.
Tão manso, nenhum fragor denuncia
O momento entre tudo e nada,
Ou seja, a tristeza de Deus.
* Imagem: Detalhe da obra A Criação do Homem, de Michelangelo.
Acredito na tristeza de Deus, todas as vezes em que não fazemos sua vontade ou por livre escolha optamos pelo lado contrário e Ele alí, fica a nossa espera de braços abertos!
ResponderExcluirDois anjos tristes e iluminados. Khalil e Carlos... Amo os dois...
ResponderExcluirUm início de ano luminoso pra ti, Telma!
Já comentei nossa afinidade. E ela se confirma.
ResponderExcluirPostei também esse poema no Ouriço há algum tempo.
De Drummond, que se dizia agnóstico...é maravilhoso, não?