segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Um poema de Cecília Meireles


Arco de pedra, torre em nuvens embutida,
sino em cima do mar e luas de asas brancas...
Meu vulto anda em redor, abraçado a perguntas.

Anda em redor minha alma: e a música e a ampulheta
desmancham-se no céu, nas minhas mãos dolentes,
e a vastidão do amor fragmenta-se em mosaicos.

Ó calma arquitetura onde os santos passeiam
e com olhos sem sono observam labirintos
de terras tristes em que os destinos se entrelaçam.

... - presa estou, como a rosa e o cristal, nas arestas
de exatas cifras delicadas que se encontram
e se separam: em polígonos de adeuses...

Alada forma, onde coincidimos?

2 comentários:

  1. Olá, grata eu por seu espaço, que me deu mais um pouco do Torquato Neto, por quem eu tenho imensurável admiraçao!

    Quanto ao poema do Ary, será um prazer relê-lo aqui.

    Eu de faro acredito na gentileza, na delicadeza a gerar delicadezas, e incansavelmente pratico a minha fé, risos.

    Abraço e um da lindo, produtivo, criativo e feliz!
    Obrigada pela ida ao Canto, volte sempre, será um prazer!

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  2. Adoro Cecília, seus textos e suas figuras de linguagem que levam a nosa imaginação a pulsar...

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