quarta-feira, 3 de agosto de 2011

DIA DE OUTONO - Rainer Maria Rilke


Senhor, é tempo! O estio foi bem grande.
No relógio solar pousa tua sombra,
e pela pradaria o vento expande.

Amadurece a fruta derradeira:
dá-lhe dois dias mais meridionais
em que se aperfeiçoe, e exige o mais
doce sabor à pejada videira.

Quem não tem casa, agora, não a faça;
se há alguém sozinho, assim deve ficar
a ler ou longas cartas rascunhar, 
nas alamedas onde inquieto passa
enquanto as folhas tremem soltas no ar.

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