domingo, 9 de setembro de 2012

Um poema de Pablo Neruda


Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos,
já não se adoçará junto a ti a minha dor.

Mas para onde vá levarei o teu olhar
e para onde caminhes levarás a minha dor.

Fui teu, foste minha. O que mais? Juntos fizemos
uma curva na rota por onde o amor passou.

Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te ame,
daquele que corte na tua chácara o que semeei eu.

Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste.
Venho dos teus braços. Não sei para onde vou.

... Do teu coração me diz adeus uma criança.

E eu lhe digo adeus. 




*Imagem: Unbalanced, de Karl Kwasny.



Nenhum comentário:

Postar um comentário